Estudante de pedagogia tem pedido de estágio negado em Jussiape e alega perseguição política

 

 

 

 

A estudante do quarto semestre do curso de Pedagogia, Joyce Caires, de 27 anos, teve o pedido negado para estagiar na Escola José Manços Freire após se manifestar contra a gestão do prefeito de Jussiape, na Chapada Diamantina, Éder Jakes (PSD). A futura educadora entende que o seu caso é mais um dentre tantos outros de perseguição política no município pela gestão Éder.

No entanto, segundo a estudante, colegas de curso conseguiram estagiar na mesma instituição na qual teve o pedido negado. O estágio é uma etapa obrigatória nos cursos de licenciatura, pautado pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB), como requisito para a formação de futuros profissionais da educação. “Eu me senti humilhada, rejeitada pela minha própria cidade”, afirmou.

Após ter o pedido de estágio negado pela gestão municipal, Joyce Caires precisa se deslocar 24 km por pelo menos três vezes por semana até o município vizinho de Rio de Contas, onde cumpre horas do seu estágio na Escola Municipal Lidia Naildes Pinto Moreira, no distrito de Marcolino Moura.

O vereador Felipe Souza (PSB) se manifestou sobre o caso da estudante na sessão, na Câmara, na sexta-feira (31). “Ela correu o risco de perder o curso porque o prefeito negou o estágio; será que esse prefeito não tem vergonha do que tem feito no nosso município?”, questionou. 

O parlamentar aproveitou a ocasião para agradecer ao prefeito e ao secretário de Educação de Rio de Contas, Cristiano Cardoso e Luciélio Teles, pelo acolhimento à estudante de pedagogia. “Assim como ele acolheu minha mãe por uma perseguição política da gestão Éder”, pontuou.

De acordo com a estudante, ela havia escolhido a instituição em Jussiape, na cidade onde mora, para atuar com alunos do ensino fundamental 1 e poder economizar dinheiro para a sua formatura, evitando despesas adicionais, já que segue com o curso em uma instituição particular. “Ninguém vai roubar meu sonho de me tornar educadora”, disse Joyce Caires.

“Infelizmente vivemos tempos difíceis nos quais o povo de Jussiape tem sofrido o constrangimento da perseguição política, um assombroso mal que achávamos que havia morrido, mas foi ressuscitado por um governo estrangeiro, que mesmo eleito democraticamente, sente-se no direito de humilhar e espezinhar o nosso povo. Se os jussiapenses natos não acordarem, poderemos dormir em Jussiape como um município e acordar, no dia seguinte, como distrito. Aí, será tarde demais”, comentou o professor Alan de Souza.

“Repudiamos a atitude de insensibilidade com a estudante jussiapense, visto que a tal situação não passa de perseguição política, tendo em vista que ela possui colegas do mesmo curso que não tiveram o mesmo tratamento. A APLB-Sindicato se solidariza e se coloca à disposição para auxiliá-la no que for conveniente”, declarou o coordenador da ABLP Jussiape, Dourival Caires.

ENTRAVE DA GESTÃO ÉDER COM A EDUCAÇÃO

A gestão Éder coleciona ranhuras com diversos atores e setores da educação. A postura adotada pelo gestor muitas vezes foi de hostilidade contra os educadores no município.

Em 2021, o prefeito Éder afirmou que o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em Jussiape não acompanha o mesmo nível de gratificação salarial que os professores do município recebem. Éder questionou no mesmo instante os educadores que se graduaram, e não “transmitem o saber” aos alunos no município.

No mesmo ano, a secretária de Educação, Cleudia Mendes, recusou-se a responder perguntas feitas pelo vereador José Roberto (PSB) acerca dos gastos da Secretaria de Educação na pandemia.

Nesse episódio, a secretária esteve presente na Câmara para prestar esclarecimentos acerca de recursos empregados na merenda escolar. Rótulos de embalagens de alguns produtos, em um lote, apresentaram data de validade vencida, que, segundo a secretária, foi gerado por erro de digitação.

A APLB-Sindicato se reuniu com o prefeito em março deste ano para discutir o reajuste do magistério - negado pelo prefeito sob a alegação de inviabilidade orçamentária. Entretanto, a entidade apresentou projeções dos recursos do Fundeb de 2023 e 2022, expondo a viabilidade do reajuste para a categoria.
Fonte: Jussi UP

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