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| Reprodução Globo Rural |
A ACP Bioenergia, uma das maiores empresas agrícolas do país, que produz em 125 mil hectares de terras no Cerrado e tem receita líquida anual de R$ 750 milhões, está agora dando seu primeiro passo na Caatinga. A companhia firmou uma parceria com a Germina Baixio, do grupo Equipav, para viabilizar a produção de grãos e algodão em uma área de 15 mil hectares localizada entre os municípios de Xique-Xique e Itaguaçu, no sertão baiano.
Conhecida como Baixio do Irecê, a região é uma das áreas no Vale do Rio São Francisco em que a Germina Baixio obteve concessão da Codevasf para instalar um projeto de irrigação. Na parceria agrícola, a Germina Baixio entrará com a infraestrutura de irrigação, e a ACP atuará com seu conhecimento de gestão de agricultura.
Esse é o décimo polo de produção agrícola da ACP, empresa dos irmãos Alexandre e André Candido de Paula, que desde 2021 têm como sócio minoritário o empresário Dimitrios Markakis. A empresa começou como uma fornecedora de cana-de-açúcar para a então Destilaria Alcídia e chegou a ser dona da usina, mas saiu do negócio industrial em 2013, e desde então vem ampliando suas operações agrícolas. A partir de 2014, a companhia passou a instalar um novo polo de produção por ano. A ACP começou sua jornada no mercado de grãos em 2019 já no Matopiba, mais especificamente em Tocantins.
O novo polo de produção na Bahia é o terceiro voltado a grãos, mas será o primeiro no bioma que é o mais desafiador do Brasil para a agricultura — e o primeiro a utilizar irrigação em toda a área. Até então, a área era tomada pela vegetação da Caatinga. O plano é replicar no médio São Francisco o mesmo modelo de agricultura que floresceu em Petrolina, onde a irrigação converteu a região no maior polo de produção de frutas do Brasil.
“Devemos operar nos primeiros quatro anos com soja, milho e feijão. Depois, vamos alternar com algodão”, conta Alexandre Candido de Paula. A produção da pluma é o grande objetivo para o sertão baiano da ACP, que planeja exportar a pluma pelo porto mais próximo, de Salvador. Mas, antes, é preciso “amansar a terra” para deixá-la preparada para o algodão, explica.
“Vai levar de três a quatro safras para adaptar o solo e revitalizar”, afirma. A ACP já começou os trabalhos de correção de solo, e nesta primavera começa a dar início aos plantios de grãos em uma área coberta por pivô de mil hectares. A ideia é plantar soja para a colheita de verão e milho para a colheita de inverno. Na safra seguinte, a ACP pretende plantar grãos em uma área de 3 mil hectares irrigados, e ir aumentando progressivamente até alcançar os 15 mil hectares.
Fonte: Globo rural
