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Foto: Reprodução A Tarde |
A Acelen, empresa responsável pela operação da Refinaria Mataripe, anunciou nesta semana uma redução nos preços dos combustíveis vendidos para as distribuidoras na Bahia. A medida passou a valer a partir de 1º de julho e segue a política de “preços transparentes e amparados por critérios técnicos”, conforme informado pela companhia.
Principais reduções
- Diesel S500: de R$ 3,25/l para R$ 3,16/l (-2,5%);
- Diesel S10: de R$ 3,45/l para R$ 3,36/l (-2,4%);
- Gasolina: de R$ 2,91/l para R$ 2,87/l (-1,3%);
- GLP (gás de cozinha): redução de 2,1% no preço repassado às distribuidoras.
Fatores que influenciaram a queda
Em nota, a Acelen explicou que os preços praticados em Mataripe são ajustados segundo critérios de mercado, levando em conta três variáveis principais:
1. Valor do petróleo no mercado internacional: nos últimos 30 dias, o Brent acumulou queda de cerca de 5%, pressionando para baixo o custo do insumo bruto.
2. Cotação do dólar: o real teve ligeira valorização frente à moeda americana, reduzindo o custo de importação de parte do petróleo e produtos refinados.
3. Custos de frete: o escoamento por rodovia e cabotagem registrou diminuição nos valores médios praticados, refletindo a disponibilidade de caminhões e navios e a leve queda dos preços do óleo diesel no mercado atacadista.
“Mantemos nossa política de preços alinhada às melhores práticas internacionais. Oscilações nos insumos e na logística podem levar tanto a aumentos quanto a reduções. Em julho, as condições se mostraram favoráveis para repasses de queda às distribuidoras, que naturalmente impactam a bomba de maneira gradual”, afirma o diretor de Comercial da Acelen, Rodrigo Santoro.
A diminuição de alguns centavos no valor de referência em Mataripe não é automaticamente igual à redução nas bombas, mas estabelece patamar inferior de custo para as distribuidoras. Em média, espera-se que o diesel seja vendido ao consumidor na faixa de R$ 4,70 a R$ 4,85 por litro nas regiões metropolitanas, e a gasolina entre R$ 5,30 e R$ 5,45, dependendo de tributos e margens dos postos.
Já o GLP, utilizado em 95% dos lares baianos, pode apresentar retração de R$ 2 a R$ 3 na pressão de 13 kg, segundo projeções de revendedores: um alívio para famílias de baixa renda.
As refinarias brasileiras, em especial as do polo sudeste e nordeste, vêm ajustando seus preços seguindo a política de paridade internacional (‘PPI’), que vincula o custo local ao mercado global. Em junho, o barril de petróleo atingiu picos acima de US$ 85, mas cedeu terreno após expectativas de desaceleração do crescimento econômico global.
Em paralelo, as distribuidoras têm buscado recuperar margens após meses de retração nas vendas, equilibrando reajustes semanais de forma a não repassar quedas muito abruptas para o consumidor, evitando perda de receita durante períodos de menor demanda.
Analistas de mercado apontam que, se o dólar permanecer abaixo de R$ 5,20 e o Brent estabilizar entre US$ 75–80, é possível novas quedas pontuais nos preços de refinaria até o fim do ano, especialmente no diesel, que respondeu com mais intensidade às variações internacionais. Contudo, riscos como tensões geopolíticas no Oriente Médio e mudanças na política de estoques da OPEP+ podem provocar reversões bruscas.
Para o consumidor baiano, a recomendação é aproveitar o momento para economizar no bolso, mas manter a expectativa de alta volatilidade, conferindo regularmente os preços em aplicativos e consultando se os repasses de redução chegam efetivamente aos postos.
// A Tarde
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BAHIA