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Foto: Ernesto BENAVIDES / AFP |
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse, na última quarta-feira, que um comitê do órgão vai se reunir “o mais breve possível” para avaliar se a alta de casos de Mpox na África, causados por uma cepa mais grave do vírus, e o risco de uma nova disseminação global representam uma emergência de saúde pública de importância internacional, o nível mais alto de alerta da organização.
Em entrevista recente ao GLOBO, o diretor executivo da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI), Richard Hatchett, que esteve no Rio de Janeiro no fim de julho para a 2º Cúpula Global de Preparação para Pandemias, já havia feito um alerta sobre os riscos de uma nova propagação da Mpox.
— A Mpox é uma doença que foi amplamente vista na Nigéria e na África Central, particularmente na República Democrática do Congo (RDC), mas rara por um longo tempo. O que mudou e resultou no aumento global em 2022 foi que o vírus encontrou seu caminho por redes de transmissão sexual. Era uma questão de tempo até que, como o HIV, essas redes começassem a se conectar em uma transmissão global — explicou o epidemiologista, e continuou.
— Mas temos dois clados (cepas) do vírus, o que causou o surto de 2022 é o menos virulento, da Nigéria. Já a forma da doença na República Democrática do Congo (RDC) tem uma taxa de mortalidade que pode ser até 10 vezes maior. E o preocupante neste momento é que esse outro clado também encontrou seu caminho para a transmissão sexual. Então estamos olhando para uma potencial bomba-relógio em que a forma mais perigosa da doença agora tem o potencial de explodir e se espalhar globalmente.
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