Primeiro azeite extravirgem nordestino é produzido com azeitonas de Rio de Contas

 

Duzentos e oitenta litros de azeite extravirgem foram produzidos a partir de azeitonas cultivadas no município de Rio das Contas, na Chapada Diamantina, Bahoa, com apoio da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epaming) em Maria da Fé; a empresa é vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). O azeite será analisado por especialistas da área para atestar a qualidade do produto antes que ele seja comercializado nas prateleiras.

Pela primeira vez na história, uma região da Bahia foi capaz de produzir azeitonas em quantidade e qualidade suficientes para a produção de azeite, ao todo foram transportadas 1,6 toneladas de azeitonas do município baiano de Rio das Contas para o sul de Minas Gerais, onde a extração foi realizada. A azeitona da variedade Arbequina foi trazida para o Brasil na década de 90 por pesquisadores da Epaming. Entretanto, a região da Chapada Diamantina também conta com outros cultivares adaptados pela empresa mineira, como a variedade brasileira Maria da Fé (MGS Mariense), a Grappolo 541 (MGS GRAP 541) e Ascolano 315 (MGS ASC 315).

O plantio das mudas ocorreu em uma fazenda experimental ainda em 2006 e agora finalmente apresentou um resultado satisfatório aos olhos de empresários e produtores da região, conta o empresário Christophe Chinchilla. Para ele “aqui na região já temos produtores em outros municípios com pequenas floradas. Isso sugere que o potencial da Chapada Diamantina é grande. Sem contar no ‘terroir’ de Rio de Contas, que é muito especial. Temos um microclima muito diferenciado e tudo que sai daqui possui uma qualidade incrível”, salienta.

Naturais do Sul da França, região famosa pelo plantio de oliveiras e produção de azeite, a família do empresário encontrou em Rio das Contas a condição edafoclimática semelhante à de sua terra natal com dias secos, noites frias e ventos constantes, perfeita para o plantio da azeitona. O pesquisador da Epamig, Luiz Fernando de Oliveira, também confirmou o potencial da região. “Resta saber se essa produção será anual”, destaca.

“A nossa ideia é um dia ter um lagar [oficina] em Rio de Contas, mas esse é um passo que preciso dar com cautela. Antes, é importante aprender a comercializar o produto, ampliar o plantio e otimizá-lo. […] vamos esperar mais um ano para ter certeza de que temos regularidade de produção. A partir daí, provavelmente vamos plantar mais cinco mil árvores”, projeta Christophe. O empresário salienta ainda que, após a confirmação da qualidade do azeite, investirá na aquisição de equipamentos para a extração no próprio município.
//Jornal da Chapada

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