A equipe de jornalismo do grupo O Eco de Comunicação, teve acesso a uma cópia de novo depoimento que foi solicitado pela mulher que foi presa em flagrante na última terça-feira (02), ao tentar se inscrever no cadastro de eleitores do município de Paramirim, Bahia, apresentando documento falso, como comprovante de residência, exigido pelo TSE e TRE, para emissão do título eleitoral. Segundo o que consta no termo, a suspeita solicitou um segundo depoimento à autoridade policial, sendo atendida às 18:20hs do dia 02 de abril, oportunidade em que, mais uma vez, foi informada acerca dos seus direitos constitucionais, previstos no Art. 5º, incisos LXII, LXIII e LXIV da Constituição Federal, notadamente que garantem o direito de permanecer em silêncio, direito de assistência da família e de advogado.
Apesar de ter sido acompanhada por advogados na ocasião da sua prisão, segundo Informações de fontes seguras, ao comunicar o desejo de ser novamente interrogada, a suspeita informou que não possuía advogado e nesse momento foi informada de que a sua prisão será comunicada a um defensor público oficiante desta Comarca. As informações colhidas pelo Jornal O Eco, dão conta de que a suspeita, “aparentemente arrependida”, disse que “no seu primeiro interrogatório, havia sido acompanhada pelo advogado de Hélio da Mata, que teria obrigado a depoente a permanecer em silêncio, afirmando que se ela falasse a verdade iria ser ainda pior, pois a interrogada e Hélio da Mata, iriam ficar presos”.
A interrogada afirmando que queria falar a verdade acrescentou: “ Que acerca de 15 dias Hélio da Mata, juntamente com a esposa, disse que seria candidato a vereador e ofereceu R$ 300 reais à interrogada, bem como aos seus pais e sua irmã, para votarem nele como vereador e em Dr. Júlio como prefeito, oferecendo também emprego, caso Dr. Júlio ganhasse, para a interrogada e sua família”. Informou ainda que “os pais já possuem títulos eleitorais e que são de Macaúbas e que Hélio da Mata queria transferir os títulos”. Em continuação, disse que: “Hélio da Mata e a esposa, foram em um carro vermelho na casa da interrogada para buscar ela e sua irmã, levando-as para o Cartório Eleitoral, porém Hélio da Mata e a esposa permaneceram dentro do carro um pouco afastado do Cartório”. Disse que ao ser solicitado pelo funcionário do Cartório, o comprovante de residência, a interrogada “foi até o carro e falou com Hélio que estava precisando de um comprovante de residência, tendo Hélio naquele momento lhe dado um papel. Que apresentou o papel que Hélio lhe deu ao funcionário do Cartório Eleitoral. Que ao ser indagada disse que não tinha conhecimento que o documento era falso, que não sabe quem fez a falsificação e que foi Hélio da Mata que lhe entregou”.
A reportagem buscou apurar e checou a informação de que Hélio da Mata, é um ex-vereador e ex vice-prefeito da cidade de Caturama, que há alguns anos passou a residir em Paramirim, atuando por algum tempo, no setor administrativo do Hospital José Américo Resende, que juntamente com a sua atual companheira, são pessoas próximas a um ex-prefeito de Paramirim e pré-candidato às eleições deste ano.
Sempre pautado no compromisso de levar a verdade dos fatos aos leitores, o Jornal O Eco, seguirá acompanhando o desenrolar dos fatos referentes à esse lamentável episódio que chocou a população local, bem como os municípios da região, que, apesar de terem suspeitas de tais atos nas vésperas de eleições municipais, ainda não haviam constatado tão grave situação, que culminou com a prisão de uma suspeita. O ocorrido traz à tona, evidências de práticas ilícitas, crimes eleitorais que “provavelmente não são episódios isolados”. A suspeita deve passar por audiência de custódia e as investigações devem ter prosseguimento, para que a sociedade tenha a resposta esperada sobre tantas boatarias. Apenas para exemplificar, se pesquisarem mais profundamente, é bem possível constatar a existência de município da nossa região, que duplicou o número de eleitores nos últimos quatro anos.