O sol ainda estava nascendo quando Júlio Gomes seguiu para a Catedral São Sebastião, em Ilhéus. O local foi escolhido para o início da 34ª romaria de ciclistas sul-baianos até Bom Jesus da Lapa, no sertão do estado. A largada foi às 6h20min de sábado (29). Essa é a primeira vez que o advogado e historiador faz o percurso no carro de apoio, devido a uma lesão.
O grupo reúne doze ciclistas de Itacaré, Porto Seguro e Eunápolis, além de Ilhéus e Itabuna. A primeira perna da viagem terminou em Itapetinga. Os 171 quilômetros foram percorridos em menos de oito horas, com direito à parada de almoço no Corredor da Carne do Sol, em Firmino Alves.
“Alguém na última hora não compareceu e deixou muita saudade. Alguém sentiu com mais intensidade a dureza do percurso. Sinal de que tudo está normal, porque não é fácil. Nunca é fácil”, resume Júlio Gomes ao Pimenta.
Diferentemente dos anos anteriores, dessa vez, os ciclistas vão fazer uma incursão pela Chapada Diamantina. Por isso, ao invés dos 670 km pela BR-415, o percurso final terá 900 km, explica o historiador.
O desafio de segunda-feira, 31, foi nada menos que a Serra do Marçal, na chegada de Vitória da Conquista pela BR-415. A ladeira é íngreme e se estende por sete quilômetros de curvas sinuosas. Um dos ciclistas esbanjou preparo e subiu a montanha duas vezes. “Cada doido com sua mania!”, relata Júlio.
O grupo seria recompensado adiante, na descida de seis quilômetros sentido Anagé. “Entramos no sertão, e o sertão também entra em nós. Pelos olhos, na paisagem mais árida. Pelo nariz, no ar quente. E modifica o paladar, porque começamos a sentir na boca o gosto das terras secas e poeirentas dos caminhos do interior. Esse novo sentir vai parar em nossas almas, tomadas por esse novo mundo do semiárido”, descreve o carioca radicado em Ilhéus.
Os ciclo romeiros dormiram em Anagé. A previsão é de que cheguem a Bom Jesus da Lapa na próxima sexta-feira (4), às vésperas do ponto alto da Romaria.
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